14/12/2008

A ciência espirita



30 de maio de 2004

A ciência espírita se faz através da dedicação e da pesquisa com os instrumentos psíquicos, as lentes da alma.
Não tentemos academizar o espiritismo, pois estaremos correndo o risco de separá-lo de suas propostas.
A ciência espiritual está muito acima da ciência humana, tanto em suas funções quanto em sua metodologia.
A tentativa de academizar o espiritismo produzirá uma elite de almas orgulhosas e desajustadas, contribuindo para que a separação e o orgulho imperem nas fileiras dos filhos da luz.
Através dos séculos, jamais vimos Jesus ou os seus emissários tentando conquistar os chamados sábios do mundo.
Quando pretendeu organizar o movimento de renovação da humanidade, o Mestre procurou os mais simples, os homens do povo e aqueles que considerados rejeitados pela sociedade.
Paulo de Tarso, quando decidiu levar a mensagem do Evangelho ao mundo, procurou os sábios de Atenas, mas para logo se decepcionar; decidiu então levar a obra monumental de evangelização através dos próprios esforços e daquelas almas singelas que o assessoravam.
Martinho Lutero, ao pregar suas teses aos representantes do poder da Alemanha e da Europa, viu que a sua obra ganharia mais forças caso ele se dedicasse ao coração do povo.
Allan Kardec, escondendo-se atrás de um pseudônimo, decidiu levar sua obra entre as pessoas de boa vontade que o receberam na simplicidade de seus corações.
Bezerra de Menezes, o médico dos pobres, trocou o anel de formatura e sua matéria no jornal O País pelo serviço despretensioso entre os mais simples.
Francisco Cândido Xavier definiu levar avante a sua obra na cidadezinha de Pedro Leopoldo e em Uberaba, escondendo-se atrás do manto de humildade e, até hoje, permanece incompreendido entre os pretensiosos das ciências humanas.
Levar a mensagem espírita às academias da Terra é louvável; tentar fazer com que as mentes acostumadas à ciência humana compreendam o alcance da mensagem consoladora é algo muito bom, mas não nos esqueçamos de que a doutrina não deve se elitizar.
Conquistaremos muito mais pela simplicidade das palavras e pelo desapego dos títulos e posições do que pela elitização e academização da mensagem.
Não corramos o risco de desvirtuar o propósito da mensagem consoladora e renovadora.
Simplicidade sempre é o desafio de todos nós para que a beleza da mensagem espírita resplandeça em meio a dignidade de corações descomplicados.

Erasto,
Psicografia de Robson Pinheiro

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