10/05/2007

Inconsciente Coletivo



É o mais poderoso e influente sistema da psique. Parece ser o depósito de traços de memória herdados do passado ancestral do homem. É parte importante do desenvolvimento psíquico evolutivo do homem que se acumulou em conseqüência de experiências repetidas durante várias gerações. É aparentemente universal, todos os seres humanos têm, mais ou menos, o mesmo inconsciente coletivo. Sobre ele estão erigidos o ego, o inconsciente pessoal e todas as outras aquisições individuais. Tudo o que uma pessoa aprende como resultado de experiências é influenciado pelo inconsciente coletivo, que exerce uma ação orientadora ou seletiva sobre o comportamento da pessoa, desde o início da vida. Nossa experiência do mundo está moldada pelo inconsciente coletivo, embora não completamente, pois, se assim fosse, não poderia haver variação e desenvolvimento.

INCONSCIENTE INDIVIDUAL

É uma região da personalidade próxima ao ego. Consiste de experiências que foram suprimidas, reprimidas, esquecidas ou ignoradas. Os conteúdos do inconsciente individual são acessíveis à consciência, havendo muitas permutas entre o inconsciente individual e o ego.

INDIVIDUAÇÃO

É o processo de desenvolvimento da individualidade da pessoa que tem como conseqüência sua diferenciação da coletividade, do conjunto, sem opor-se necessariamente à norma. A individuação não leva ao isolamento do indivíduo, mas à sua integração mais consciente, intensa e abrangente com o coletivo, seja na forma do inconsciente coletivo ou na forma da sociedade como conhecemos. Pode conduzir-se conscientemente ou inconscientemente. O primeiro caso tende a ocorrer quando alguém envolve-se com trabalhos interiores, como a interpretação dos sonhos, a imaginação ativa, a análise, etc. O segundo caso é uma ocorrência natural e geralmente muito mais lenta, que tem a desvantagem de deixar o individuado mais ou menos às cegas quanto ao processo em geral. Geralmente a individuação ocorre na segunda metade da vida. Pode ser detectada através dos sonhos pela repetição cíclica espiral e temática das imagens dos sonhos, num ciclo de desenvolvimento que tende a resolver os conflitos expressos em um nível mais avançado.

INTRIGA (ou desenvolvimento do sonho)

É um dos elementos da estrutura dramática onírica. Mostra o desenrolar da situação onírica, que leva à culminação. Durante a intriga, ainda não sabemos no que irá resultar a trama. Reflete as tendências, a dinâmica e as possibilidades iniciadas com a exposição, tirando desta a fixação inicial.
(Leia mais sobre a estrutura dramática dos sonhos no artigo "A estrutura dos sonhos".)

INTROVERSÃO

É a atitude de voltar-se para dentro de si próprio, isto é, envolve uma relação negativa com o objeto. O interesse da pessoa se retrai do mundo exterior para voltar-se para ela mesma. O introvertido pensa, sente e age de modo a deixar perceber que o mais importante é o indivíduo, enquanto o exterior torna-se secundário. Como na extroversão, que é a atitude oposta à introversão, o sujeito pensa, sente, percebe e intui de acordo com a(s) função(ões) predominante(s) em sua psicologia.

LISE (ou resolução)

Faz parte da estrutura dramática do sonho. É a solução ou conclusão do sonho. Constitui a forma pela qual o desenvolvimento do sonho foi resolvido. Mostra uma saída possível. Às vezes a lise é um fechamento que tem como objetivo simplesmente alertar o sonhador para algo urgente ou dizer-lhe que a situação é inalterável.
(Leia mais sobre a estrutura dramática dos sonhos no artigo "A estrutura dos sonhos".)

PERSONA

É a máscara usada pelo indivíduo em resposta às solicitações da convenção e da tradição sociais e às suas próprias necessidades arquetípicas internas. É a personalidade pública, aqueles aspectos que ostentamos ao mundo ou que a opinião pública fixa no indivíduo. Freqüentemente o ego se identifica com a persona, originando o que se chama de "inflação do ego".

SELF (Si-mesmo)

É o ponto central da personalidade, em torno do qual todos os outros sistemas se organizam, formando constelações. Ele sustenta a união desses sistemas, e fornece unidade, equilíbrio e estabilidade à personalidade. Como todos os arquétipos, motiva o comportamento do homem e faz com que ele procure a integração, especialmente pelos caminhos fornecidos pela religião. O Si-mesmo como totalidade psíquica tem um aspecto consciente e um inconsciente. Aparece em sonhos, mitos e contos de fadas, na figura de personalidades "superiores" como reis, heróis, profetas, salvadores, etc. ou na figura de símbolos de totalidade como o círculo, o quadrilátero, a cruz, etc.
(Leia mais sobre o Si-mesmo no artigo "Os arquétipos na lenda de "O Senhor dos Anéis, passo a passo".)

SÍMBOLO

Todo conceito que explica o símbolo como analogia ou designação abreviada de algo conhecido é semiótica (um sinal). Uma concepção que explica o símbolo como a melhor formulação possível, de algo relativamente desconhecido (que se encontra no inconsciente), não podendo ser mais clara ou característica, é simbólica. Explicar a cruz como símbolo do amor divino é reduzi-la a um sinal, pois "amor divino" designa o fato que se quer exprimir, bem melhor do que uma cruz que pode ter ainda muitos outros sentidos. Simbólica seria a explicação que considerasse a cruz além de qualquer explicação imaginável, como expressão de um fato místico ou transcendente (psicológico), até então desconhecido e incompreensível, que pudesse ser representado do modo mais condizente possível só pela cruz. O símbolo é sempre um produto de natureza altamente complexa, pois se compõe de dados de todas as funções psíquicas. Possui um lado que fala à razão e outro inacessível à razão. O símbolo vivo não pode surgir num espírito pouco desenvolvido, pois este se contentará com o símbolo já existente conforme lhe é oferecido pela tradição.

SINCRONICIDADE

Coincidência , no tempo, de dois ou vários eventos (no caso, equivalência de um processo físico externo com um processo psíquico), sem relação de causa e efeito mas com o mesmo significado. Uma explicação para as sincronicidades é que os arquétipos não se situam exclusivamente na esfera psíquica, mas também nas circunstâncias exteriores. Estamos acostumados a considerar o "sentido" das coisas como uma ocorrência na nossa psique e relutamos em admitir que ele possa existir também fora de nossa personalidade. É isso o que a sincronicidade parece indicar. Em outras mentalidades, principalmente de caráter introvertido, tais como a chinesa, o sentido encontra seu lugar também nos eventos exteriores. É que, para eles, o sentido (Tao) se obscurece quando fixamos o olhar apenas nos detalhes das coisas, perdendo a visão do conjunto. Já para nós, ocidentais, os detalhes são importantes por si mesmos e não encontram conexão com a totalidade da existência. Achamos que a psique é inteiramente dependente de um cérebro material, esquecendo-nos que o comportamento "significativo" ou "inteligente" de organismos inferiores nada tem a ver com a atividade cerebral.
(Leia mais sobre sincronicidade no artigo "Para que servem as coincidências".)

SOMBRA

É o arquétipo responsável pelo aparecimento em nós de pensamentos, sentimentos e ações desagradáveis e socialmente reprováveis. Nela encontram-se todos os aspectos que reprovamos na nossa personalidade. Daí a sombra fazer parte do inconsciente pessoal. Constitui o oposto do eu (ego). É normalmente retratada nas histórias em quadrinhos como o "alter-ego", o lado sombrio da personalidade. Aparece normalmente nos sonhos e na vida desperta projetada nas pessoas do mesmo sexo que detestamos. Se nos ofendemos muito com certas críticas, podemos estar quase certos de ter detectado um pouco da nossa sombra. Será proveitoso citar aqui um excerto do livro "Ao encontro da sombra", de Connie Zweig e Jeremiah Abrams (orgs.), da Ed Cultrix.
"Em 1886, mais de uma década antes de Freud sondar as profundezas da escuridão humana, Robert Louis Stevenson teve um sonho altamente revelador: um homem, perseguido por um crime, engolia um certo pó e passava por uma drástica mudança de caráter, tão drástica que ele se tornava irreconhecível. O amável e laborioso cientista Dr. Jekyll transformava-se no violento e implacável Mr. Hyde, cuja maldade ia assumindo proporções cada vez maiores à medida que o sonho se desenrolava.
Stevenson desenvolveu o sonho no seu famoso romance The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde [O estranho caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde]. Seu tema integrou-se de tal modo na cultura popular que pensamos nele quando ouvimos alguém dizer, "Eu não era eu mesmo", ou "Ele parecia possuído por um demônio", ou "Ela virou uma megera". Como diz o analista junguiano John Sanford, quando uma história como essa nos toca tão a fundo e nos soa tão verdadeira, é porque ela contém uma qualidade arquetípica - ela fala a um ponto em nós que é universal.
Cada um de nós contém um Dr. Jekyll e um Mr. Hyde: uma persona agradável para o uso cotidiano e um eu oculto e noturnal que permanece amordaçado a maior parte do tempo. Emoções e comportamentos negativos - raiva, inveja, vergonha, falsidade, ressentimento, lascívia, cobiça, tendências suicidas e homicidas - ficam escondidos logo abaixo da superfície, mascarados pelo nosso eu mais apropriado às conveniências. Em seu conjunto, são conhecidos na psicologia como a sombra pessoal, que continua a ser um território indomado e inexplorado para a maioria de nós".
(Leia mais sobre a sombra nos artigos "Os arquétipos na lenda de "O Senhor dos Anéis, passo a passo" e "A saúde e a autoconsciência do mal".)

Fonte:
http://planeta.terra.com.br/saude/omundodossonhos/vocabulario.htm

Um comentário:

Anônimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado